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Antibióticos podem interferir na ação de anticoncepcionais?

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“Eu tomo anticoncepcional Diclin, e tomei amoxicilina esse mês. Tive relação sem preservativo na sexta e domingo, porém domingo era o 11º dia depois que desceu minha menstruação (meu dia fértil). Fiz aquele teste caseiro do cloro, ele dá certo? A amoxicilina cortou o efeito do anticoncepcional e posso estar grávida? Quanto tempo depois da relação tenho que fazer o teste de farmácia para saber se estou mesmo grávida ?”


Os contraceptivos orais constituem uma das mais eficientes formas de contracepção reversível, sendo utilizados por cerca de cem milhões de mulheres em todo o mundo. Em geral, mostram-se muito eficazes e, quando administrados corretamente, o risco de concepção é extremamente pequeno. A taxa de gravidez é estimada em cerca de 0,5 a 1,0 por 100 mulheres/ano de risco.

O estrógeno, que é um dos componentes do anticoncepcional, após ser ingerido e cair na corrente sanguínea, é metabolizado e lançado novamente no intestino. No intestino, ele sofre ação de bactérias da flora intestinal e é reativado, podendo ser reabsorvido para continuar agindo. Os antibióticos, de modo geral, destroem as bactérias da flora intestinal, o que prejudica esse ciclo. Porém, essa questão ainda não está muito bem elucidada.

Portanto, não é certo dizer que o antimicrobiano “corta” o efeito do anticoncepcional. Alguns estudos afirmam que ele pode apenas reduzir a sua eficácia, mas não há comprovações acerca disso.

Mesmo que a relação sexual tenha sido no período fértil da mulher, as chances de ficar grávida utilizando corretamente o anticoncepcional e fazendo tratamento com antibiótico, é relativamente baixa. No entanto, um único dia de esquecimento pode acarretar em gravidez.

Em caso de suspeita de gravidez, com atrasos menstruais, náuseas, enjoos, tonturas, cansaço, deve-se procurar um médico com urgência, que irá solicitar diversos exames importantes para comprovar e avaliar a possível gravidez.

O “teste de farmácia” poderá apresentar resultado positivo após o 10º dia que houve relação sexual, sendo mais confiável após o 15º dia. O ideal é que se faça com a primeira urina do dia, que é a mais concentrada, mas também poderá ser realizado com a urina cujo intervalo após a última micção seja de 2 a 3 horas. E vale lembrar que o “teste de farmácia” não substitui o exame de sangue.

O teste do Cloro não é confiável e não existe nenhum estudo clínico que comprove a sua eficácia e, portanto, não é recomendado.

Referências:

  1. 1. Instrução de Uso. Acessível em: <http://www.wamadiagnostica.com.br/files/pt/produtos/pdf/imuno_rapido/Bula%20teste%20de%20gravidez.pdf>. Acesso em: 09/08/2011.
  2. 2. MEDEIROS, S. F.; NORMAN, R. J. Formas moleculares da gonadotrofina coriônica humana: características, ensaios e uso clínico. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Rio de Janeiro: vol.28, no.4, Abril de 2006.
  3. CORRÊA, E. M. C.; ANDRADE, E. D.; RANALI, J. Efeito dos antimicrobianos sobre a eficácia dos contraceptivos orais. Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo. São Paulo: vol.12, n.3, Júlio de 1998.

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2 comments:

  1. Parabéns à toda esquipe do Blog!
    beijos, Lina.

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  2. A melhor explicação sobre o assunto que encontrei!
    Parabens!

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