“A minha dúvida é a seguinte: Bupropiona traz bons resultados para o alívio dos sintomas decorrentes do abandono do hábito de fumar? É o medicamento mais indicado?”
A terapia com substituição de nicotina (goma de mascar e adesivo) tem sido amplamente utilizada no tratamento para acabar com o hábito de fumar. Porém, a forte relação entre transtornos do humor, dependência e abstinência de nicotina além de uma melhor compreensão científica da ação da nicotina no sistema nervoso, sugerem o uso de antidepressivos no tratamento do tabagismo. Diferentes classes de antidepressivos têm sido propostas para esse tipo de tratamento. A bupropiona, um antidepressivo atípico com ações no sistema nervoso central, utilizado sozinho ou em combinação com um adesivo de nicotina, tem se mostrado a formar mais eficaz e recomendada no tratamento para largar o cigarro².
Os medicamentos não-nicotínicos, ou seja, aqueles que não atuam no organismo da mesma forma que a nicotina do cigarro, são os anti-depressivos bupropiona e nortriptilina, e o anti-hipertensivo clonidina. A bupropiona é o medicamento de primeira escolha desse grupo, pois segundo estudos científicos¹, é um medicamento que não apresenta, na grande maioria dos casos, efeitos colaterais importantes, é de fácil adesão pelo paciente e bem tolerada. A TRN - terapia de reposição de nicotina - (adesivo e goma de mascar) e a bupropiona são considerados medicamentos de 1ª linha, e devem ser utilizados, preferencialmente.
A nortriptilina e a clonidina são medicamentos de 2ª linha e só devem ser utilizados após insucesso das medicações de 1ª linha. Devidos a seus efeitos colaterais e por terem sido testadas em pequenas amostras de poucos estudos científicos, a nortriptilina e a clonidina só devem ser utilizadas após a tentativa sem resposta positiva às terapias de primeira linha, sob supervisão médica e em centros especializados de tratamento de fumante.Em geral, o uso de apenas um medicamento é suficiente para a maioria dos pacientes. E, a escolha entre uma das formas de terapia dependerá da avaliação individual do paciente pelo profissional médico.
Para entender melhor a dependência à nicotina e como combatê-la, corretamente, temos que entender seus três componentes básicos: dependência física, responsável por sintomas da síndrome de abstinência quando se deixa de fumar; dependência psicológica, responsável pela sensação de ter no cigarro um apoio ou um mecanismo de adaptação para lidar com sentimentos de solidão, frustração, com as pressões sociais, etc; e condicionamento, representado por associações habituais com o fumar (fumar e tomar café, fumar e trabalhar, fumar e dirigir, fumar e consumir bebidas alcoólicas, fumar após as refeições e outras). Dessa forma, o tratamento não farmacológico do fumante tem como objetivo principal a abordagem comportamental com a finalidade de informar ao fumante os riscos de fumar e os benefícios de parar de fumar, motivá-lo a deixar o hábito e apoiá-lo no processo de largar o vício, fornecendo orientações para que ele possa lidar com esses componentes.
Segundo O “Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana”, dentre os três transtornos relacionados acima, a abstinência tem como principais sintomas: tristeza ou deprimido, insônia, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, inquietação, freqüência cardíaca diminuída e aumento do apetite ou ganho de peso. Esse quadro ocorre após uma parada abrupta ou redução na quantidade usada de nicotina por pelo menos algumas semanas. É importante ressaltar ainda que o apoio do medicamento tem um papel bem definido no processo de parar de fumar, que é minimizar os sintomas da síndrome de abstinência, quando esses representam uma importante dificuldade para o fumante deixar de fumar.
Em resumo, embora o apoio medicamentoso aumente as chances de acabar com o hábito de fumar, para que se alcance um resultado satisfatório, ele não deve ser usado fora do contexto do apoio psicológico, em que o fumante vai sendo, aos poucos, estimulado e orientado a lidar com a dependência psicológica.
Lembrando que a prescrição de qualquer medicação para acabar com o tabagismo deve ser feita após uma avaliação clínica rigorosa na busca de possíveis contra-indicações e ajustes de dose, principalmente, em relação à bupropiona. Seus efeitos adversos mais comuns relatados são a boca seca e insônia e baixo ganho de peso. Já a solicitação de exames complementares e o uso da bupropiona ficará a critério e supervisão do médico.
Referências:
1. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer - INCA.
Coordenação de Prevenção e Vigilância (CONPREV).
“Abordagem e Tratamento do Fumante - Consenso 2001. Rio de Janeiro: INCA, 2001”
2. Revista AMRIGS, Porto Alegre, 44 (1,2): 74-78, jan.-jun. 2000 - Artigo de Revisão
“Bupropiona para o tratamento da cessação do hábito de fumar.”
3. Revista de Psiquiatria Clínica - Guilherme Rubino de A. Focchi e Ivan Mário Braun
“Tratamento farmacológico do tabagismo”
A terapia com substituição de nicotina (goma de mascar e adesivo) tem sido amplamente utilizada no tratamento para acabar com o hábito de fumar. Porém, a forte relação entre transtornos do humor, dependência e abstinência de nicotina além de uma melhor compreensão científica da ação da nicotina no sistema nervoso, sugerem o uso de antidepressivos no tratamento do tabagismo. Diferentes classes de antidepressivos têm sido propostas para esse tipo de tratamento. A bupropiona, um antidepressivo atípico com ações no sistema nervoso central, utilizado sozinho ou em combinação com um adesivo de nicotina, tem se mostrado a formar mais eficaz e recomendada no tratamento para largar o cigarro².
Os medicamentos não-nicotínicos, ou seja, aqueles que não atuam no organismo da mesma forma que a nicotina do cigarro, são os anti-depressivos bupropiona e nortriptilina, e o anti-hipertensivo clonidina. A bupropiona é o medicamento de primeira escolha desse grupo, pois segundo estudos científicos¹, é um medicamento que não apresenta, na grande maioria dos casos, efeitos colaterais importantes, é de fácil adesão pelo paciente e bem tolerada. A TRN - terapia de reposição de nicotina - (adesivo e goma de mascar) e a bupropiona são considerados medicamentos de 1ª linha, e devem ser utilizados, preferencialmente.
A nortriptilina e a clonidina são medicamentos de 2ª linha e só devem ser utilizados após insucesso das medicações de 1ª linha. Devidos a seus efeitos colaterais e por terem sido testadas em pequenas amostras de poucos estudos científicos, a nortriptilina e a clonidina só devem ser utilizadas após a tentativa sem resposta positiva às terapias de primeira linha, sob supervisão médica e em centros especializados de tratamento de fumante.Em geral, o uso de apenas um medicamento é suficiente para a maioria dos pacientes. E, a escolha entre uma das formas de terapia dependerá da avaliação individual do paciente pelo profissional médico.
Para entender melhor a dependência à nicotina e como combatê-la, corretamente, temos que entender seus três componentes básicos: dependência física, responsável por sintomas da síndrome de abstinência quando se deixa de fumar; dependência psicológica, responsável pela sensação de ter no cigarro um apoio ou um mecanismo de adaptação para lidar com sentimentos de solidão, frustração, com as pressões sociais, etc; e condicionamento, representado por associações habituais com o fumar (fumar e tomar café, fumar e trabalhar, fumar e dirigir, fumar e consumir bebidas alcoólicas, fumar após as refeições e outras). Dessa forma, o tratamento não farmacológico do fumante tem como objetivo principal a abordagem comportamental com a finalidade de informar ao fumante os riscos de fumar e os benefícios de parar de fumar, motivá-lo a deixar o hábito e apoiá-lo no processo de largar o vício, fornecendo orientações para que ele possa lidar com esses componentes.
Segundo O “Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana”, dentre os três transtornos relacionados acima, a abstinência tem como principais sintomas: tristeza ou deprimido, insônia, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, inquietação, freqüência cardíaca diminuída e aumento do apetite ou ganho de peso. Esse quadro ocorre após uma parada abrupta ou redução na quantidade usada de nicotina por pelo menos algumas semanas. É importante ressaltar ainda que o apoio do medicamento tem um papel bem definido no processo de parar de fumar, que é minimizar os sintomas da síndrome de abstinência, quando esses representam uma importante dificuldade para o fumante deixar de fumar.
Em resumo, embora o apoio medicamentoso aumente as chances de acabar com o hábito de fumar, para que se alcance um resultado satisfatório, ele não deve ser usado fora do contexto do apoio psicológico, em que o fumante vai sendo, aos poucos, estimulado e orientado a lidar com a dependência psicológica.
Lembrando que a prescrição de qualquer medicação para acabar com o tabagismo deve ser feita após uma avaliação clínica rigorosa na busca de possíveis contra-indicações e ajustes de dose, principalmente, em relação à bupropiona. Seus efeitos adversos mais comuns relatados são a boca seca e insônia e baixo ganho de peso. Já a solicitação de exames complementares e o uso da bupropiona ficará a critério e supervisão do médico.
Referências:
1. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer - INCA.
Coordenação de Prevenção e Vigilância (CONPREV).
“Abordagem e Tratamento do Fumante - Consenso 2001. Rio de Janeiro: INCA, 2001”
2. Revista AMRIGS, Porto Alegre, 44 (1,2): 74-78, jan.-jun. 2000 - Artigo de Revisão
“Bupropiona para o tratamento da cessação do hábito de fumar.”
3. Revista de Psiquiatria Clínica - Guilherme Rubino de A. Focchi e Ivan Mário Braun
“Tratamento farmacológico do tabagismo”
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