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Os mitos e verdades sobre os hormônios bioidênticos.

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“Gostaria de maiores esclarecimentos sobre reposição hormonal com hormônios bioidênticos. Qual a diferença deles para os sintéticos? quais são os efeitos colaterais? porque somente os médicos ortomoleculares os prescrevem?”

A terapia de modulação hormonal com hormônios bioidênticos (TMHB) está se tornando muito popular entre as mulheres na menopausa para o tratamento dos seus sintomas como as ondas de calor e mudanças de humor. Logo, elas devem estar cientes dos seus pontos fracos e fortes.

Primeiramente, é importante entender o que são os hormônios bioidênticos. São substâncias que tem a estrutura molecular, exatamente, igual à dos hormônios humanos obtidos através da engenharia genética. Por esta razão, ocupam os receptores de hormônios no organismo com a mesma exatidão do hormônio natural do corpo, resultando na resposta desejada. Esses hormônios são derivados naturais ou sintéticos produzidos em indústrias farmacêuticas ou manipulados em farmácias.

Os hormônios bioidênticos não precisam, necessariamente, ser manipulados em farmácias de manipulação. No mercado, já dispomos de medicamentos bioidênticos como a progesterona natural micronizada e o 17-β-estradiol. Esses medicamentos industrializados passam por um rigoroso controle de qualidade que garante sua pureza, eficácia e segurança.

A maioria das mulheres acredita que uma vantagem da terapia bioidêntica é a capacidade de individualizar a dose com a manipulação dos hormônios de acordo com a necessidade de cada uma. No entanto, essa individualização é dificilmente alcançada já que os níveis de hormônios no sangue são difíceis de medir e regular, devido suas variações fisiológicas. O teste da saliva para hormônios é usado para dosar o nível desse componente no organismo. No entanto, a correlação entre os níveis fisiológicos reais e os apresentados na saliva não é confiável já que a dosagem possui diversos interferentes como o período do dia, dieta e até método utilizado.

Defensores dos hormônios bioidênticos também apresentam como vantagem a possibilidade do organismo ser capaz de metabolizá-lo da mesma forma que faria com um hormônio do próprio corpo, minimizando assim os efeitos colaterais. No entanto, eles são produzidos de maneira artificial, e sofrem alterações em sua estrutura química que produzem produtos de degradação no organismo da mesma forma que um medicamento convencional. Outra vantagem seria a manipulação do hormônio bioidêntico que permite a aplicação do medicamento como gel transdérmico possibilitando uma melhor absorção do hormônio pela pele, mas o que não garante sua ação fisiológica protetora da parede do útero (endométrio).

O ponto mais crítico dessa discussão é avaliar os riscos que a terapia de reposição hormonal traz as mulheres. Estudos clínicos têm demonstrado o aumento do risco de doenças cardiovasculares e câncer de mama em mulheres que usam terapia de reposição hormonal (TRH). Quando essa reposição é feita com hormônios bioidênticos podemos achar que os riscos são menores. Porém, temos que considerar que a TRHB não possui avaliação científica suficiente que identifica seus riscos comparados com a reposição convencional ou estudos de alta evidência científica que garantam sua eficácia e segurança quando manipulados.

A prescrição restrita somente ao médico ortomolecular não está descrita na literatura ou nas fontes consultadas. O mais recomendado é que o médico endocrinologista receite a terapia de modulação hormonal bioidêntica, pois ele é capaz de avaliar qual será a dose ideal, evitando assim complicações futuras. Lembrando que os hormônios bioidênticos só devem ser usados mediante prescrição e com o conhecimento e o consentimento do seu médico.


Referências Bibliográficas

FUGH-BERMAN, A. et al. Bioidentical Hormones for Menopausal Hormone Therapy:
Variation on a Theme. Department of Physiology and Biophysics, Georgetown University School of Medicine, Washington/DC, USA.

CURCIO, et al. Is Bio-Identical Hormone Replacement Therapy Safer than Traditional Hormone Replacement Therapy?: A Critical Appraisal of Cardiovascular Risks in Menopausal Women. Treatments in Endocrinology, Volume 5, Number 6, 2006 , pp. 367-374(8)

MAHMUD, K. et al. Natural hormone therapy for menopause. Innovative Directions in Health, Minneapolis, MN, USA. Gynecol Endocrinol. 2010

CURCIO, JJ. et al. Is bio-identical hormone replacement therapy safer than traditional hormone replacement therapy?: a critical appraisal of cardiovascular risks in menopausal women. Women’s Integrative Medicine Department, Southwest College of Naturopathic Medicine, Tempe, Arizona, USA.

BURREL,The replacement of the replacement in menopause: hormone therapy, controversies, truth and risk. University of Otago, Christchurch 8140, New Zealand.

PAGE, K. et al. Natural management options for menopause. Integrative Medicine: A Clinician’s Journal, vol. 4, no. 1, pp. 20-27.
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1 comments:

  1. Muito grata pela resposta, gostei muito e tirei minhas dúvidas. Estou divulgando essa resposta no meu Blog.
    Fico feliz que o blog esteja sendo um sucesso. Parabéns!!!
    Zilá

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