“ Gostaria de ler uma comparação entre remédios para dormir e porque a melatonina é proibida no Brasil quando é vendida em outros países.”
A insônia é uma desordem do sono que atinge grande parte da população. Ela é definida como a dificuldade de iniciar e/ou manter o sono com uma profundidade adequada e por tempo suficiente para que a pessoa tenha uma reposição física e psíquica. Esse quadro pode ocorrer por diversos fatores e até mesmo ser um sintoma de uma doença mais grave. Se não tratada, a insônia pode atrapalhar a capacidade de raciocínio, reduzir a qualidade de vida e por em risco a saúde do próprio indivíduo.
A insônia pode ser tratada de forma farmacológica e não farmacológica (ou seja, com ou sem o uso de medicamentos). É importante salientar que a forma não farmacológica é tão importante quanto a farmacológica e envolve, por exemplo, terapias comportamentais, mudança de hábitos que atrapalhem o sono, relaxamento, prática de exercícios físicos entre outras. A terapia farmacológica é feita, principalmente, por medicamentos sedativos-hipnóticos como os Benzoadiazepínicos e não-benzodiazepínicos (agonistas BZD), por antidepressivos, por anti-histamínicos e ainda por outras substâncias, como por exemplo a MELATONINA (esse último não é utilizado no Brasil).
Os medicamentos de primeira escolha para o tratamento da insônia são os sedativos- hipnóticos benzodiazepínicos e não-benzodiazepínicos. Os antidepressivos são escolhidos quando a insônia é associada a depressão e os anti-histamínicos são pouco indicados para essa finalidade, porque são minimamente eficazes e os efeitos indesejáveis (da dose usada para essa finalidade) são acentuados.
Em geral, os Benzodiazepínicos e os agonistas BZD exercem efeitos bastante semelhantes, porém existem algumas diferenças relacionadas com a absorção, excreção e tempo de permanência no organismo (pode ser curto ou prolongado), entre outras, que diferenciam a indicação pelo médico. Ou seja, cada composto tem uma particularidade e é recomendado para uma situação específica.
As diretrizes proposta por especialistas para o tratamento da insônia feito com sedativos-hipnóticos sugerem que os compostos de meia vida curta (aqueles que permanecem pouco tempo no organismo) sejam indicados para pacientes com insônia no início do sono e sem ansiedade diurna significativa, para pacientes que precisam trabalhar com atividades que exigem atenção e estado de alerta no outro dia e ainda para idosos devido ao risco diminuído de queda e depressão respiratória. Alguns dos efeitos indesejados desses compostos no indivíduo são: despertar pela madrugada, ansiedade de rebote (reaparecimento do sintoma inicial) e amnésia.
Os benzodiazepínicos de meia vida intermediária ou longa (aqueles que permanecem um tempo prolongado no organismo) são preferidos para pacientes com dificuldade de manutenção do sono e com ansiedade diurna significativa, que são capazes de tolerar a sedação do dia seguinte mas que seriam comprometidos pela ansiedade diurna de rebote.
Cabe ao MÉDICO a escolha do medicamento a ser usado, e essa escolha depende de uma avaliação clínica criteriosa que envolve vários fatores, entre eles, o histórico do paciente, a experiência com outros medicamentos, o tipo de insônia que o paciente sofre e a idade.
Esses medicamentos podem causar dependência e uso abusivo, (é recomendado que o tratamento não exceda 6 dias) por isso são sujeitos a controle especial pela nossa Agência Reguladora Nacional, a ANVISA, e só podem ser dispensados com receita especial.
Sobre a Melatonina
A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pela glândula pineal dos mamíferos, sua síntese e liberação ocorrem no período do escuro, e seu pico de liberação ocorre antes do período de maior propensão ao sono, assim, existem pesquisadores que relacionam esse hormônio com o sono. A sua forma sintética (produzida em laboratório e vendida como fármaco) é usada em alguns países para o tratamento da insônia e jat lag (dificuldade de adormecer devido ao fuso horário e a fadiga de viagem), dentre outras doenças.
O tratamento da insônia com a melatonina é um assunto bastante discutido entre especialistas do meio e ainda não existem regras para o uso e nem comprovação científica adequada (estatisticamente significante) da eficácia e segurança a médio e a longo prazo.
No Brasil, o seu consumo teve um aumento nos últimos anos devido, principalmente, a influência da mídia. Como não se sabe, exatamente, quais são os efeitos que essa substância pode causar no organismo, a postura adotada pelo Ministério da Saúde, para conter o uso desse medicamento e proteger os brasileiros de um eventual dano a saúde, foi de proibir sua venda nas farmácias.
Nos Estados Unidos, a melatonina é vendida sem receita nas farmácias, entretanto, produtos contendo esse composto NÃO são aprovados pela Agência Reguladora Americana (U.S. FDA) e assim, a qualidade, segurança e eficácia desses medicamentos NÃO são garantidas.
Referências
A insônia é uma desordem do sono que atinge grande parte da população. Ela é definida como a dificuldade de iniciar e/ou manter o sono com uma profundidade adequada e por tempo suficiente para que a pessoa tenha uma reposição física e psíquica. Esse quadro pode ocorrer por diversos fatores e até mesmo ser um sintoma de uma doença mais grave. Se não tratada, a insônia pode atrapalhar a capacidade de raciocínio, reduzir a qualidade de vida e por em risco a saúde do próprio indivíduo.
A insônia pode ser tratada de forma farmacológica e não farmacológica (ou seja, com ou sem o uso de medicamentos). É importante salientar que a forma não farmacológica é tão importante quanto a farmacológica e envolve, por exemplo, terapias comportamentais, mudança de hábitos que atrapalhem o sono, relaxamento, prática de exercícios físicos entre outras. A terapia farmacológica é feita, principalmente, por medicamentos sedativos-hipnóticos como os Benzoadiazepínicos e não-benzodiazepínicos (agonistas BZD), por antidepressivos, por anti-histamínicos e ainda por outras substâncias, como por exemplo a MELATONINA (esse último não é utilizado no Brasil).
Os medicamentos de primeira escolha para o tratamento da insônia são os sedativos- hipnóticos benzodiazepínicos e não-benzodiazepínicos. Os antidepressivos são escolhidos quando a insônia é associada a depressão e os anti-histamínicos são pouco indicados para essa finalidade, porque são minimamente eficazes e os efeitos indesejáveis (da dose usada para essa finalidade) são acentuados.
Em geral, os Benzodiazepínicos e os agonistas BZD exercem efeitos bastante semelhantes, porém existem algumas diferenças relacionadas com a absorção, excreção e tempo de permanência no organismo (pode ser curto ou prolongado), entre outras, que diferenciam a indicação pelo médico. Ou seja, cada composto tem uma particularidade e é recomendado para uma situação específica.
As diretrizes proposta por especialistas para o tratamento da insônia feito com sedativos-hipnóticos sugerem que os compostos de meia vida curta (aqueles que permanecem pouco tempo no organismo) sejam indicados para pacientes com insônia no início do sono e sem ansiedade diurna significativa, para pacientes que precisam trabalhar com atividades que exigem atenção e estado de alerta no outro dia e ainda para idosos devido ao risco diminuído de queda e depressão respiratória. Alguns dos efeitos indesejados desses compostos no indivíduo são: despertar pela madrugada, ansiedade de rebote (reaparecimento do sintoma inicial) e amnésia.
Os benzodiazepínicos de meia vida intermediária ou longa (aqueles que permanecem um tempo prolongado no organismo) são preferidos para pacientes com dificuldade de manutenção do sono e com ansiedade diurna significativa, que são capazes de tolerar a sedação do dia seguinte mas que seriam comprometidos pela ansiedade diurna de rebote.
Cabe ao MÉDICO a escolha do medicamento a ser usado, e essa escolha depende de uma avaliação clínica criteriosa que envolve vários fatores, entre eles, o histórico do paciente, a experiência com outros medicamentos, o tipo de insônia que o paciente sofre e a idade.
Esses medicamentos podem causar dependência e uso abusivo, (é recomendado que o tratamento não exceda 6 dias) por isso são sujeitos a controle especial pela nossa Agência Reguladora Nacional, a ANVISA, e só podem ser dispensados com receita especial.
Sobre a Melatonina
A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pela glândula pineal dos mamíferos, sua síntese e liberação ocorrem no período do escuro, e seu pico de liberação ocorre antes do período de maior propensão ao sono, assim, existem pesquisadores que relacionam esse hormônio com o sono. A sua forma sintética (produzida em laboratório e vendida como fármaco) é usada em alguns países para o tratamento da insônia e jat lag (dificuldade de adormecer devido ao fuso horário e a fadiga de viagem), dentre outras doenças.
O tratamento da insônia com a melatonina é um assunto bastante discutido entre especialistas do meio e ainda não existem regras para o uso e nem comprovação científica adequada (estatisticamente significante) da eficácia e segurança a médio e a longo prazo.
No Brasil, o seu consumo teve um aumento nos últimos anos devido, principalmente, a influência da mídia. Como não se sabe, exatamente, quais são os efeitos que essa substância pode causar no organismo, a postura adotada pelo Ministério da Saúde, para conter o uso desse medicamento e proteger os brasileiros de um eventual dano a saúde, foi de proibir sua venda nas farmácias.
Nos Estados Unidos, a melatonina é vendida sem receita nas farmácias, entretanto, produtos contendo esse composto NÃO são aprovados pela Agência Reguladora Americana (U.S. FDA) e assim, a qualidade, segurança e eficácia desses medicamentos NÃO são garantidas.
Referências
- Goodman & Gilman. As bases farmacológicas da terapêutica – McGraw-Hill Interamericana Editores, 9ª.ed. 1996. Cap 17, pag 303.
- REVISTA DO SONO. São Paulo: Sociedade Brasileira do sono 2003. Disponível em: http://www.ic.unicamp.br/~wainer/cursos/2s2008/ia/pdf_consenso.pdf
- PASSOS, G.S.; TUFIK, S. Tratamento não farmacológico para a insônia. Revista Brasileira de Psiquiatria. São Paulo, vol. 29, n3, set. 2007. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44462006005000045&script=sci_arttext
- Klasco RK, editor. USP DI Drug information for health care Professional [Database on the internet]. Greenwood Village (colorado): Thompson MICROMEDEX; Disponível em: www.periodicos.capes.gov.br
- MACMAHONK, M; BROOMFIELDN M. ; ESPIE C A; A systematic review of the effectiveness of oral melatonin for adults (18 to 65 years) with delayed sleep phase syndrome and adults (18 to 65 years) with primary insomnia (Structured abstract). Current psyquiatry Reviews 2005;1(1) :103-113. Disponível em http://cochrane.bvsalud.org/cochrane/main.php?lib=COC&searchExp=melatonin&lang=p
- U.S. Food and drugs administration. Disponível em http://www.fda.gov/default.htm
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