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Inibidores de apetite e seus riscos!

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“Gostaria de saber os reais riscos do uso de "anfetaminas" como coadjuvantes no processo de emagrecimento. Gostaria também de saber as vantagens da "sibutramina" sobre as anfetaminas e quando o uso de fluoxetina é recomendado como coadjuvante no tratamento da obesidade.”

As anfetaminas são drogas sintéticas (produzidas em laboratório) que estimulam o Sistema Nervoso Central, isso significa que elas fazem com que o cérebro e o organismo trabalhem mais rápido. Uma pessoa que está sob o efeito da anfetamina ou de seus derivados, fica “ligada” , cheia de energia, tem insônia, perde o apetite e sente-se menos cansada. Assim, essas drogas são bastante usadas por pessoas que desejam ficar acordadas e precisam render no trabalho e cumprir prazos, podemos citar alguns exemplos: como os caminhoneiros que conseguem esse efeito com o “REBITE”; ou os estudantes que precisam estudar durante um período longo de tempo e usam as “bolinhas”; por jovens que desejam passar a noite acordados em uma balada e usam o “Êxtase” ; por esportistas que desejam mais energias usam o “doping” ou ainda por pessoas que desejam perder peso e usam “coqueteis”.

Os perigos dessas drogas são muitos e, por isso, elas são proibidas de serem comercializadas em muitos países. Por serem drogas que causam euforia, elas têm alto poder de abuso e alguns dos seus efeitos são semelhantes ao da cocaína. Elas causam aumento da pressão sanguínea e dos batimentos cardíacos (taquicardia) e, em quantidades elevadas, provocam delírio, paranóia e alucinações, o que é chamado, por especialistas, de psicose anfetamínica. Ao interromper o uso dessas drogas, algumas pessoas desenvolvem síndrome de abstinência e depressão grave.

Os Inibidores de apetite

O uso de inibidores de apetite como a sibutramina e o mazindol ou de derivados da anfetamina, como, por exemplo, a anfepramona e femproporex, NÃO é recomendado em vários países, pois estudos clínicos indicam que esses medicamentos trazem poucos benefícios na redução do peso e não são seguros para o paciente, já que podem causar sérios efeitos cardiovasculares e cerebrovasculares.

O femproporex e a anfepramona são derivados da anfetamina, assim o risco de abuso e de efeitos adversos como insônia, arritmias cardíacas, acidente vascular cerebral, hipertensão pulmonar, efeitos psicóticos, hipertireoidismo, depressão e diabetes mellitus são altos. O manzidol possui estrutura molecular diferentes dos anfetamínicos, porém possuí efeitos adversos e potencial de abuso semelhante. Em 1999, a Agência Regulatória da Europa, EMEA, retirou do mercado produtos contendo essas drogas e, nos Estados Unidos, esses medicamentos nunca chegaram a ser registrados.

A sibutramina e a fluoxetina são inibidores seletivos da recaptação da serotonina, e são medicamentos pertencentes à classe de antidepressivos. Ao ser metabolizada, a sibutramina gera derivados anfetamínicos responsáveis pelo efeito anorexígeno e também pelos efeitos adversos relacionados a anfetaminas.

Em Janeiro de 2010, o “Comitê de produtos medicinais para uso humano” da Agência regulatória da Europa, EMEA, divulgou o estudo de segurança da sibutramina. O estudo denominado “the Sibutramine Cardiovascular OUTcomes” (SCOUT) mostrou que a perda insignificante de peso proporcionada pela sibutramina não compensa o risco que o paciente se expõe. Assim, o registro desse medicamento foi suspenso em toda Europa. Nos Estados Unidos, a FDA (agência regulatória americana), após estudos posteriores ao SCOUT, decidiu convidar o Laboratório Abott a retirar voluntariamente de seu mercado medicamentos contendo a sibutramina.

Assim, a FDA e a EMEA consideram o uso da sibutramina tão perigoso e com tão poucos benefícios quanto aos outros anorexígenos derivados da anfetamina que já haviam sido retirados do mercado.

No Brasil, esses medicamentos estão há 30 anos no mercado e, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, somos o país que mais consome inibidores de apetite no mundo!

No dia 4 de Outubro de 2011, a ANVISA cancelou o registro de alguns anfetamínicos no país e a venda dos mesmos passou a ser proibida em território nacional, isso pode ser visualizado na RDC número 58 (http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2007/rdc/58_120907rdc.htm).

A fluoxetina

A fluoxetina é um antidepressivo de segunda geração, estudos clínicos demonstram que ela é eficaz na redução de peso, porém quando existe uma depressão associada. Uma pessoa com depressão ou ansiedade pode usar a alimentação como válvula de escape, assim acontece o ganho de peso. Ao se tratar a causa principal, a depressão, a compulsão pelo alimento reduz e a pessoa pode emagrecer. Vale a pena ressaltar que a fluoxetina tem graves efeitos adversos e sua venda e controlada pela ANVISA.


Bibliografia

  • Goodman & Gilman. As bases farmacológicas da terapêutica – McGraw-Hill Interamericana Editores, 9ª.ed. 1996.
  • Klasco RK, editor. USP DI Drug information for health care Professional [Database on the internet]. Greenwood Village (colorado): Thompson MICROMEDEX; Disponível em: www.periodicos.capes.gov.br
  • Organização mundial de saúde- WHO disponível em http://www.who.int/en/
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Medicamentos

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1 comments:

  1. obrigada pela valiosa informação! Aproveito para parabenizar a criação do blog que fornece informações de um modo didático sem subestimar a capacidade de compreensão do leitor. Adoro o nível das respostas!!!
    Luciene Paiva - Química e apaixonada por farmácia.

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