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Óleo de Cártamo emagrece?

“Queria informações sobre os benefícios e efeitos colaterais do óleo de cártamo, pois tenho a pressão arterial um pouco alta e tomo remédios. Eu posso Tomar óleo de Cártamo? Quais cuidados considerar ao fazer uso de óleo de cártamo para emagrecimento.”

O “óleo de cártamo” é um óleo vegetal extraído das sementes da planta Carthamus tinctorius. Sua venda é regulamentada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e, para ser comercializado, qualquer produto contendo óleo de cártamo deve ser notificado junto a esse órgão, sendo enquadrado na categoria de “Suplementos Alimentares” de acordo com o novo marco regulatório (IN 28/2018).

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Não se atribui ao óleo de cártamo propriedades medicamentosas. Apesar de estar sendo amplamente usado com a finalidade de “emagrecedor”, não existem estudos científicos que comprovem essa atividade. Aliás, a ANVISA proíbe propagandas de produtos contendo óleo de cártamo que façam alusão a alguma atividade emagrecedora, pois tais propagandas são enganosas.

O óleo de cártamo é rico em uma substância denominada “ácido linoléico” (ômega 6) e esse é essencial à dieta humana, por isso o óleo de cártamo é de interesse nutricional. Outros alimentos, como linhaça, carne, óleos de soja, girassol e milho, leite, ovos, também contêm ômega 6.

Alguns produtos irregulares vendidos como “óleo de cártamo” podem conter, além de outras adulterações, grandes quantidades de “ácidos linoleicos conjugados”. Esses ácidos linoléicos conjugados (diferentemente do ômega 6) não têm segurança comprovada, podendo causar aumento da resistência à insulina, aumento da glicose sanguínea (podendo gerar quadros de diabetes), aumento do fígado, redução do “bom colesterol” (HDL), entre outros.

O óleo de cártamo não causa efeitos prejudiciais sob quadros hipertensivos, contudo aditivos característicos de cada produto podem ser importantes. Consulte a composição e orientações do produto antes de compra-lo. O produto é rico em lípides, substâncias altamente calóricas. Logo pessoas em dieta hipoenergética (em emagrecimento) devem atentar ao valor calórico do produto.

O Óleo de cártamo pode ser usado como suplemento alimentar com segurança, desde que sem exageros, seguindo as orientações do fabricante.

Referências:
1- Esclarecimentos sobre as avaliações de segurança e eficácia do Ácido Linoléico Conjugado – CLA - http://www.anvisa.gov.br/alimentos/informes/23_190407.htm

2- Mourão, Denise Machado et al.; Ácido Linoléico Conjugado e Perda de peso, Rev. Nutr. vol.18 no.3 Campinas May/June 2005. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52732005000300011&script=sci_arttext

    ENTREVISTA FARMACÊUTICA: mitos e verdades sobre alimentos

    O alimento, mais que nunca, está no centro das discussões, sob os mais diferentes pontos de abordagem, entre autoridades, especialistas, população. O alimento remete a grandes desafios, como o de atender à demanda da população, com produção sustentável. Especialistas fazem as contas e chegam à conclusão de que a produção de alimentos terá que crescer 70%, até 2050, para suprir as necessidades em esfera global.
    Outro ponto de discussão é o desperdício. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), estima que 1.3 bilhão de toneladas de alimentos são perdidos, no Planeta. Isto corresponde a 30% de toda a produção. No Brasil, 10% das 268,1 milhões de toneladas de alimentos disponíveis, no ano de 2013, foram perdidas. É o equivalente a 26,3 milhões de toneladas. As discussões avançam para a busca de alimentos saudáveis e mais baratos.
    A “Entrevista Farmacêutica” do Conselho Federal de Farmácia convidou o Dr. Carlos Eduardo Rocha Garcia para falar sobre outros aspectos das discussões sobre o alimento: os mitos e as verdades que o cercam. Por exemplo: o ovo, nas últimas décadas, foi vilão e, em seguida, elevado à condição de herói. Afinal, o ovo faz aumentar ou não o colesterol? E o leite de vaca, em suas mais diferentes formas de apresentação industrial (com e sem lactose, desnatado e não), como deve ser consumido? Este alimento pode ser indicado para recém-nascidos? E o que dizer das carnes suína, bovina e de aves? Estão mesmo contaminadas com antibióticos e hormônios? Que cuidados devem ter as pessoas que desejam substituí-las por alimentos de origem vegetal? A gordura suína é tão nociva à saúde como se diz?
    A “Entrevista Farmacêutica” vai ao ar nesta quarta-feira (31.10.18), ao vivo, a partir das 15h30, pela "Rádio Nacional da Amazônia" (Ondas Curtas 11.780 KHz e 6.180KHz), emissora da EBC (Empresa Brasil de Comunicação). Esta entrevista será editada e veiculada nos arquivos do CFF.
    ENTREVISTADO - DR. CARLOS EDUARDO ROCHA GARCIA é farmacêutico formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde fez o mestrado e doutorado em Ciência de Alimentos. Atua como professor do curso de Farmácia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). DR. CARLOS EDUARDO ROCHA integra o Grupo de Trabalho em Suplementos Alimentares do Conselho Federal de Farmácia (CFF).
    Esforço conjunto do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e da "Rádio Nacional da Amazônia"/EBC, a “Entrevista Farmacêutica” tem o objetivo de levar à população informações em saúde com um sentido de utilidade pública. É idealizada e produzida pelo jornalista Aloísio Brandão, do CFF, e apresentada pela jornalista Artemisa Azevedo, da EBC.
    CLIQUE AQUI E OUÇA A “ENTREVISTA FARMACÊUTICA” AO VIVO. Assim, você acessará a página da EBC. Em seguida, clique em “ouvir”.
    Para ter acesso às entrevistas gravadas, entre na página do CFF (www.cff.org.br) e acesse o link para a “Entrevista Farmacêutica”.
    Fonte: CFF

    Aprovada resolução sobre o cuidado farmacêutico relativo aos suplementos alimentares

    O Plenário do Conselho Federal de Farmácia (CFF) aprovou nesta quinta-feira, dia 25 de outubro, em sua 475ª Reunião Plenária, resolução que dispõe sobre o cuidado farmacêutico relacionado aos suplementos alimentares. A norma é fruto de um processo desencadeado pelo presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter da Silva Jorge João, que, no ano passado, designou um Grupo de Trabalho para elaborar a norma e para, junto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de outros conselhos profissionais, colaborar na revisão da regulamentação de toda a cadeia dos suplementos alimentares. Após a revisão da normativa sanitária, que abriu espaço para o farmacêutico nessa área, a nova resolução vem disciplinar essa atuação.

    “Esse é mais um ato do CFF pela ampliação do âmbito de atuação do farmacêutico, em prol de sua valorização profissional e, principalmente, do bem-estar e da qualidade de vida da população”, comentou o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João. “Como mestre na área de alimentos, me empenhei muito para viabilizar a elaboração dessa resolução porque temos, sim, a capacidade técnica e a expertise para contribuir com o uso seguro, correto e racional desses produtos, auxiliando na obtenção dos melhores resultados possíveis em seu uso”, acrescentou.

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    A coordenadora do GT sobre Suplementos Alimentares, Priscila Dejuste, agradeceu ao CFF pela conquista que representa para o segmento a nova resolução. “Nós, que já atuávamos na área, sentíamos uma necessidade enorme do respaldo normativo e regulamentar, para trabalharmos com segurança e tranquilidade”, comentou. “Quero destacar a importante participação do Dr. Walter, nesse processo, sem a qual não o resultado de hoje não seria possível.” A nova resolução será publicada nos próximos dias

    Fonte: CFF 

    Chá verde

    "Muitas pessoas indicam o uso de chá verde para acelerar o metabolismo e ajudar a emagrecer. Esse fato é verídico? Qual a melhor forma de ingeri-lo, em capsulas ou como chá? E pode fazer mal acima de determinada quantidade?"

    O chá verde é proveniente da erva Camellia sinensis, que é um arbusto ou árvore de pequeno porte, de origem asiática. Essa mesma erva dá origem ao chá-verde, chá preto e ao chá oolong. O chá verde, também conhecido como chá da índia, é produzido por secagem de folhas frescas e mais novas, este processo tenta ao máximo preservar seus constituintes naturais.

    Os estudos que investigaram os benefícios do chá verde relacionados à obesidade sugerem que a bebida apresenta mecanismos capazes de atuar no processo de emagrecimento. A maioria dos estudos sugere que os principais meios de atuação do chá verde sob o processo de perda de peso está relacionado ao aumento de gasto calórico (termogênese) e queima de gordura (oxidação lipídica). Apesar dos estudos que demonstram atividade, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ainda não reconheceu o uso do chá verde como fitoterápico.

    Ainda não está determinada qual a dosagem e forma de apresentação (cápsula, chá, substâncias ativas) que asseguram a obtenção dos efeitos desejados. Por isso, deve-se tomar bastante cuidado ao se comprar produtos fitoterápicos, já que as quantidades da planta nem sempre são iguais de um produto pra outro e às vezes pode nem se tratar da mesma planta.

    A ingestão de grandes quantidades pode causar problemas, devido à forte relação entre o chá verde e o teor de cafeína. A cafeína afeta alguns sistemas do organismo, sendo que os seus efeitos mais óbvios ocorrem no sistema nervoso central. Altas dosagens causam nervosismo, insônia, tremores e desidratação.

    É importante ressaltar, entretanto, que a obesidade pode ser determinada por fatores que podem ser endógenos (genético, endócrino, psicogênico, medicamentoso, neurológico e metabólico) ou exógenos (alimentação, estresse e inatividade). Simplificando: o acúmulo de peso ocorrerá quando o indivíduo consumir quantidade de calorias acima da quantidade que é gasta. Dessa forma, o chá verde pode ser utilizado como coadjuvante no processo de emagrecimento, sendo que alimentação saudável e atividade física continuam sendo a principal forma de tratamento.

    Referência Bibliográfica: "Chá verde como coadjuvante no tratamento da obesidade"http://jano.nide.com.br/index.php/uniciencias/article/viewFile/242/91.

    Gases intestinais: desconforto e constrangimento.

    “O que provoca os gases? Tenho muitos gases só no período da noite, por quê? O que devo fazer para melhorar?”


    O acúmulo de gases (ou flatos) no aparelho digestivo, também chamado de flatulência, é um fenômeno fisiológico, ou seja, acontece naturalmente no organismo humano. Em condições normais, um indivíduo pode liberar de 7 a 20 flatos por dia. Porém, flatulência excessiva, mais de 26 flatos por dia, pode ser um sinal de doenças ou distúrbios gastrintestinais associados.

    Segundo BARÚA (2009), a origem dos gases intestinais é bastante diversificada, podendo ser resultante:

    - Da ingestão de ar, principalmente junto com saliva, alimentos líquidos gasosos ou não;
    - da passagem de gás carbônico (CO2) do sangue para o interior do estômago ou formação de CO2 a partir da digestão de gorduras;
    - da ação de bactérias presentes no sistema digestivo humano.
    Os gases intestinais podem conter os gases metano (CH4), gás carbônico (CO2), nitrogênio (N2), Hidrogênio (H2), entre outros. A flatulência excessiva pode estar relacionada a diversos causas, inclusive a alguns distúrbios intestinais como:
    - Intolerância à lactose: é uma dificuldade que alguns indivíduos apresentam de digerir a lactose (um carboidrato - açúcar - naturalmente presente no leite e seus derivados). Outros sintomas são dor abdominal, sensação de inchaço no abdomên, vômitos e diarréia. Pode ser tratada evitando-se o consumo de produtos lácteos. - Dificuldade de digerir outros carboidratos presentes em alimentos como brócolis, repolho, couve flor, ovo cozido ou frito, pepino, cebola crua, melão, abacate, batata doce, feijão, soja, grão de bico, lentilha, entre outros (denominados alimentos flatulentos).
    - Reações adversas a medicamentos: omeprazol, antibióticos, sinvastatina, entre outros. - Infecções parasitárias, em outras palavras, presença de “vermes” intestinais: principalmente giardíase, amebíase, tricuríase.
    - distúrbios emocionais: principalmente ansiedade e depressão.
    - síndrome do intestino irritável: distúrbio que se caracteriza pelos seguintes sintomas mais frequentes - desconforto ou dor abdominal, constipação (prisão de ventre) e/ou diarréia, muco nas fezes, distensão abdominal e a flatulência. - Constipação (prisão de ventre).

    Como as causas de flatulência são muitas e muito variadas, não é possível indicar um tratamento específico. Segue
    m algumas orientações gerais, para minimizar os incômodos da flatulência:
    - Evite comer e falar, pois isso pode aumentar o volume de ar ingerido e a formação de gases; - Observe se há alguma relação entre a ingestão de alguns alimentos específicos (alimentos flatulentos, leite, massas) e uma maior produção de gases intestinais. Pode-se reduzir o consumo destes alimentos. Mas, ATENÇÃO, alguns deles possuem nutrientes essenciais ao corpo humano, por isso, não se recomenda a eliminação do consumo, exceto sob orientação médica e acompanhamento com nutricionista.
    - Mastigue bem os alimentos, coma devagar e tranquilamente, pois isso facilita a digestão.
    - Como a digestão, à noite, é bastante lenta, dormir de “barriga cheia” não é uma boa opção. Portanto, evite comer grandes quantidades no jantar ou comer alimentos muito gordurosos e de difícil digestão. Uma má digestão pode favorecer a ação de bactérias que consomem nutrientes e produzem gases, por meio de um processo denominado fermentação.

    Caso não haja melhora, PROCURE UM MÉDICO. Não utilize medicamentos sem acompanhamento médico, pois isso pode esconder ou mascarar doenças mais graves, além de poder causar reações ao medicamento indesejadas (reações adversas) como retenção urinária, constipação, diminuição da transpiração, salivação, entre outras.

    REFERÊNCIAS

    Intolerância à lactose
    . Disponível em:
    http://www.scielo.org.pe/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1022-51292002000300007&lng=es&nrm=iso&tlng=es. Link
    BARÚA, R. L.
    Grandes Síndromes Gastrointestinais: Flatulência (1). Rev. Gastroenterol. Perú; 2009; 29-2: 171-173. Disponível em:
    http://www.scielo.org.pe/pdf/rgp/v29n2/a09v29n2.pdf

    BARÚA, R. L.
    Grandes Síndromes Gastrointestinais: Flatulência (2). Rev. Gastroenterol. Perú; 2009; 29-3: 262-265. Disponível em:
    http://www.scielo.org.pe/pdf/rgp/v29n3/a09v29n3.pdf

    BARÚA, R. L.
    44 anos de avanços em etiopatogenia, diagnóstico e tratamento da Síndrome flatulência. Rev. Gastroenterol. Perú; 2010; 30-2: 148 – 152. Disponível em:
    http://www.scielo.org.pe/pdf/rgp/v30n2/a07v30n2.pdf

    Aditivo químico: "mocinho ou vilão" - uso de conservantes em suco de uva

    “Tenho uma pequena fábrica de sucos e estou querendo adicionar algum conservante aos mesmos para aumentar o prazo de validade. Sei que, normalmente, os sucos contêm ácido cítrico, sorbato de potássio, benzoato de sódio. Mas não sei as quantidades dos mesmos. Qual quantidade necessária desses conservantes?”

    Quando se fala em aditivos químicos (substâncias adicionadas intencionalmente aos alimentos, sem objetivo de nutrir, cujo objetivo é modificar características desses alimentos durante etapas de fabricação, armazenamento, transporte ou manipulação), muitas pessoas se mostram receosas e preocupadas e há as que acreditam que nossa vida seria muito melhor sem eles. Entretanto, sem eles (os conservantes, antioxidantes, entre outros), dificilmente, seria possível comprar um suco no supermercado e, após um ano fora da geladeira ele ainda estar em boas condições para o consumo. Outro exemplo: sem eles, pessoas com restrições ao consumo de açúcares (como os diabéticos, por exemplo) dificilmente consumiriam bebidas com sabor doce, já que os edulcorantes ("adoçantes") são, também, aditivos químicos.


    Tanto para a indústria, quanto para manutenção do padrão de consumo que temos hoje, o uso de aditivos ainda é essencial e bastante útil. Entretanto, seu uso na indústria e a quantidade ingerida pela população deve, sim, ser controlada, pois, como qualquer substância ingerida em excesso, pode causar danos ao organismo. Para isso, há consensos internacionais e leis brasileiras que estipulam quais aditivos podem ser utilizados em cada produto e quais suas quantidades máximas.


    Por definição, segundo o Decreto MAPA n° 2.314 de 1997, suco de fruta é “bebida não fermentada, não concentrada e não diluída, destinada ao consumo, obtida da fruta madura e sã, ou parte do vegetal de origem, por processamento tecnológico adequado, submetida a tratamento que assegure a sua apresentação e conservação até o momento do consumo”. Pode ser classificado como desidratado, misto, integral, concentrado, reconstituído e tropical. Pode ser adicionado de açúcares, mas é proibida a adição de corantes e aromatizantes artificiais.


    Nesse mesmo decreto, néctar é definido como “bebida não fermentada, obtida da diluição em água potável da parte comestível do vegetal e açúcares ou de extratos vegetais e açúcares, podendo ser adicionada de ácidos, e destinada ao consumo direto.” Não sendo permitido associar açúcares e edulcorantes hipoenergéticos ou não-ergéticos (popularmente conhecidos como adoçantes) na fabricação de néctares. 


    Cada tipo de néctar ou suco possui uma legislação específica, os Padrões de Identidade e Qualidade (PIQ), que estabelece definições, classificação, composição, requisitos, aditivos permitidos, contaminantes, rotulagem, entre outras informações que podem ser encontradas nas Instruções Normativas n° 1 de janeiro de 2000 e n°12 de setembro de 2004.
    A tabela abaixo traz informações sobre o uso do sorbato de potássio e do benzoato de sódio como conservadores em bebidas não alcoólicas gaseificadas e não gaseificadas, bem como as respectivas quantidades máximas permitidas.


    Tabela 1 - Limites máximos permitidos de conservantes em suco e néctar de frutas, segundo RDC n° 5 de 15 de janeiro de 2007
    Aditivo
    INS
    Função
    Limite máximo (g/L) SUCO
    Benzoato de sódio
    211
    Conservador
    0,5 (como ácido benzóico)
    Sorbato de potássio
    202
    Conservador, antioxidante, estabilizante
    0,8* (como ácido sórbico)
    * - Limite estabelecido para “Bebidas não alcoólicas não gaseificadas prontas para o consumo”.

    É importante destacar que, para uso associado de aditivos com limites máximos estabelecidos, o somatório de todas as quantidades adicionadas deve ser menor ou igual ao valor do aditivo com maior limite estabelecido, mesmo para uso de um mesmo aditivo para diversas finalidades. Por exemplo, se for associar benzoato de sódio e sorbato de potássio, a soma das quantidades adicionadas deve ser menor ou igual a 0,8 g/L. O ácido cítrico não entra no somatório, pois seu uso é q.s.p (Para ácido cítrico, ler, em nosso site, a matéria “ácido cítrico é um bom conservante?” Disponível em: http://www.phresponde.com/2011/08/acido-citrico-e-um-bom-conservante.html)

    A lista completa de aditivos permitidos nas diversas bebidas não alcoólicas podem ser pesquisadas na RDC n°5 de 15 de janeiro de 2007.

    A definição da quantidade ideal para o produto produzido dependerá de vários fatores como: tipo de produto, tipo de processamento, carga microbiana inicial, tipo de micro-organismo contaminante, possibilidade de o aditivo alterar características sensoriais do alimento (sabor, odor, cor), tempo de vida útil estabelecido no produto (prazo de validade), entre outros. Assim, não é possível dizer qual a quantidade exata a ser adicionada. O ideal é realizar testes com os diferentes aditivos e em diversas concentrações para determinar a quantidade ideal a ser adicionada, respeitando-se os limites estabelecidos na legislação vigente.


    A partir de resultados de pesquisas desenvolvidas com o produto em questão ou produtos semelhantes, é possível ter uma quantidade aproximada a ser utilizada, pelo menos como ponto de partida para desenvolvimento de produtos de teste.


    Apenas para efeito ilustrativo, em um estudo para elaboração de bebida a base de suco de caju e extrato de guaraná, SOARES (2001), foram utilizados 6,5 g de benzoato de sódio, 6,5 g de sorbato de potássio (total de 13g) e 7,5 g de ácido cítrico para preparar 13 L de bebida, ou seja, total 1g de conservantes por litro de suco. IMPORTANTE observar que o estudo foi realizado antes de a RDC n° 5 entrar em vigor, quando o limite máximo do sorbato de potássio era 1g/L. Assim, atualmente, as quantidades desses conservantes deveriam ser reduzidas (de tal forma que o somatório fosse igual a, no máximo, 0,8 g/L - adicionando-se, por exemplo, 5,2 g de benzoato de sódio e 5,2 g de sorbato de potássio para o preparo dos mesmos 13 L de bebida).


    Além disso, os aditivos devem ser utilizados nas menores quantidades possíveis para se obter o efeito desejável. Para isso, é recomendável a aplicação de Boas Práticas de Fabricação, bem como de métodos físicos de conservação, como pasteurização, envase a quente com resfriamento imediato, entre outros.


    Referêcias:

    Picnogenol

    "Gostaria de informações seguras à respeito da substância Picnogenol, indicações, dosagem, posologia e principalmente possíveis reações adversas. "

    Pycnogenol é uma combinação de cerca de 40 compostos extraídos da casca do pinheiro marítimo francês, Pinus pinaster, que cresce em muitas áreas ao longo da costa atlântica da França e no norte da África. Extratos e chás de pinheiro eram comumente usados ​​pelos europeus, nativos americanos, e, segundo informações, são usados também na medicina asiática.

    O Picnogenol é um antioxidante potente, sendo comparado com o ácido lipóico, vitaminas E e C (compostos com ação potente ação antioxidante já comprovada). Antioxidantes são substâncias químicas que desativam os radicais livres - substâncias químicas altamente destrutivas que danificam as células e contribuem para muitas doenças, que vão desde de acidente vascular cerebral (AVC) a doenças degenerativas, como Alzheimer. Os radicais livres também são responsáveis pelo envelhecimento.

    Segue as atividades atribuídas ao extrato natural da casca de Pinus pinaster (Picnogenol):
    • Regeneração das vitaminas C e E, prolongando seus efeitos benéficos como antioxidante.
    • Mantém a maciez, elasticidade e diminui a vermelhidão induzida pelo sol.
    • Aumento do mecanismo de defesa da célula e estímulo do sistema imunitário.
    • Combate a constrição de vasos sanguíneos, agregação plaquetária e estimula a microcirculação. Dessa forma, prevenindo e reduzindo os riscos de distúrbios no sistema cardiovascular.
    • Inibe a produção de NO (óxido nítrico), excesso de NO tem sido associada a artrite, inflamação reumatóide e doença de Alzheimer. NO também estimula a dilatação dos vasos sanguíneos, destrói invasores bacterianos e células de câncer (estimulando células do sistema imunológico)
    A dosagem utilizada é entre 60 e 150 mg/dia. Os estudos realizados com o picnogenol são inconclusivos nos testes em doenças cardiovasculares e insuficiência venosa crônica. Atividades contra inflamação, estresse oxidativo e psoríase foram realizados somente in vitro, ou seja, não há estudos com animais e nem seres humanos.Não há estudos avaliando o uso do picnogenol na gravidez, lactação nem interações com outros medicamentos. A contra-indicação é hipersensibilidade à algum componente do extrato.

    O picnogenol é considerado um medicamento alternativo, pois ainda não há estudos sobre a segurança e nem estudos comprovando todas as supostas ações em seres humanos e/ou animais, ou seja, as atividades citadas anteriormente ainda não foram demonstradas em estudos clínicos. Seu uso, portanto, deve ser orientado pelo médico ou nutricionista.

    Referências bibliográficas
    • USP DI Drug information for health care Professional [Database on the internet]. Thompson MICROMEDEX. Pycnogenol. Acesso em 23/10/2011, disponível em: www.periodicos.capes.gov.br